As palavras são como cerejas...

Wednesday, December 07, 2005

Irracionalidade


- Sai. – Disse ela.
- O quê? – Perguntou ele admirado.
- Sai já disse. Não olhes para trás, não tentes falsas abordagens, não fiques para assistir á minha queda. – Respondeu ela olhando vincadamente para o chão.
- Diana, não entendo… - ripostou ele confuso.
- Claro que não entendes, nem peço que o faças…Sai! Por favor… – disse ela com uma voz que ele nunca lhe tido ouvido.
- Mas... – tornou ele.
- Mas? Mas? Que mais queres que te diga? Queres humilhação? Queres sangue? Suor? Queres que te conte o sufoco que sinto todos os dias? Que te faça memorizar os podres da minha alma ou perscrutar os horrores do meu corpo? Começo por dizer-te que me sinto vazia? Que me sinto usada? Diz-me! Que queres tu?
- Eu…eu… Mas que se passa contigo? Enlouqueceste? Quem és tu afinal? Em que andas metida? – Disse ele furiosamente.
- Ah se a vida fosse assim tão simples! – Disse ela, lançando uma gargalhada - Oxalá fosse álcool ou até drogas aquilo que me mata lentamente todos os dias. Mas tu, não podes compreender. È assim que a vida se resume para ti, não consegues nem queres ir muito mais além. Tudo tem uma razão lógica não é meu grande céptico? Pois eis que a lógica te dá uma bofetada! Eu não sou perceptível! Simplesmente não me podes compreender! No amor não se fazem cálculos e o sexo não acontece entre duas máquinas, é só instinto, desejo carnal. Agora veste-te e sai daqui.